27/09/2024
A adolescência é uma fase repleta de mudanças físicas, emocionais e sociais, tornando os jovens mais vulneráveis ao estresse. O acúmulo de novas responsabilidades, como a pressão acadêmica, a necessidade de integração social e as expectativas familiares, pode resultar em uma sobrecarga emocional. Embora o estresse seja uma resposta natural a essas situações, quando não bem gerenciado, pode gerar consequências negativas na saúde mental e física dos adolescentes. Durante essa fase, o cérebro ainda está em desenvolvimento, o que aumenta a dificuldade de lidar adequadamente com os desafios emocionais.
Os impactos do estresse na saúde mental dos adolescentes são amplos. O estresse crônico pode desencadear ansiedade, depressão e transtornos de humor, que podem acompanhar os jovens na vida adulta se não forem tratados. Além disso, afeta diretamente o desempenho escolar e a capacidade de concentração, prejudicando o aprendizado. Do ponto de vista físico, o estresse pode enfraquecer o sistema imunológico, aumentando a vulnerabilidade a doenças, além de interferir no apetite e nos padrões de sono, essenciais para o bem-estar.
Para identificar os sinais de que um adolescente está sob estresse, é importante observar mudanças no comportamento. Irritabilidade constante, tristeza repentina, dificuldades para dormir ou mesmo excesso de sono são indícios de que algo não está bem. "É essencial que os pais estejam atentos a esses sinais e ofereçam apoio emocional sem julgamentos", afirma Irmã Luci Rocha de Freitas, diretora geral do Colégio Santo Antonio de Lisboa, em São Paulo. Os adolescentes precisam sentir que têm um espaço seguro para expressar suas angústias e encontrar apoio, tanto na família quanto na escola.
Algumas estratégias podem ser adotadas para ajudar os adolescentes a lidar melhor com o estresse. A prática de exercícios físicos regulares é uma das formas mais eficazes de aliviar a tensão. Atividades como esportes, dança ou mesmo uma caminhada podem ajudar a liberar endorfinas, substâncias que promovem bem-estar. Além disso, incentivar hobbies que os distraiam das pressões cotidianas, como leitura, música ou artes, é uma forma saudável de canalizar a energia acumulada.
Outra abordagem importante é criar um ambiente favorável para o estudo. Organizar uma rotina de estudos que inclua pausas regulares pode evitar a sensação de sobrecarga. Técnicas de relaxamento, como a respiração profunda e a meditação, também são recomendadas para reduzir a tensão acumulada. “Ajudar o jovem a desenvolver essas habilidades de autocontrole e gerenciamento do tempo é fundamental para garantir uma vida escolar mais equilibrada”, reforça Irmã Luci Rocha de Freitas.
Se o estresse persistir e começar a interferir gravemente na rotina do adolescente, pode ser necessário buscar ajuda profissional. Psicólogos especializados podem utilizar técnicas terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental, para ajudar o jovem a desenvolver ferramentas emocionais para lidar com situações desafiadoras. Com o suporte adequado, é possível que os adolescentes atravessem essa fase com mais tranquilidade e equilíbrio emocional, desenvolvendo habilidades que serão úteis ao longo da vida. Para saber mais sobre desestressar na adolescência, visite https://jornal.usp.br/ciencias/estudo-ajuda-a-entender-por-que-o-estresse-na-adolescencia-predispoe-a-doencas-psiquiatricas-na-fase-adulta/ e https://www.paho.org/pt/topicos/saude-mental-dos-adolescentes